Queixa recorrente entre as mulheres, as dores pélvicas intensas (também chamadas de “cólica muito forte” ou “dor no pé da barriga”) acabam sendo minimizadas por serem consideradas normais durante o ciclo menstrual. No entanto, dores intensas e duradouras devem ser investigadas, pois podem ser sinal de problemas de saúde que requerem cuidados mais específicos. Cólica menstrual, endometriose e até infecções que causam corrimento podem ser as causas desse problema.
Mas como saber qual a causa da cólica intensa? É o que você vai ver a seguir.
O que é a cólica e os tipos que existem
Toda dor pélvica que atinge o abdome, principalmente do umbigo para baixo, é denominada cólica. O problema pode ser momentâneo ou crônico e pode ocorrer por diversos fatores, desde pedra nos rins até infecção urinária, miomas e cistos, além das mais conhecidas, como as causadas por diarreia e por cólicas menstruais.
A Dismenorreia é o nome científico para a dor que ocorre na região pélvica com uma cólica ou dor lombar, que acompanha o ciclo menstrual. Em torno de 50 a 90% das mulheres em idade reprodutiva em todo o mundo queixam-se de cólica menstrual intensa.
De acordo com a causa, a Dismenorreia pode ser classificada em primária ou secundária. Aqui vamos abordar 3 causas muito comuns de dismenorreia:
- Cólica Menstrual da dismenorreia primária
- Endometriose como causa de dismenorreia secundária
- Corrimento por uma infecção no colo do útero ou dentro do útero, como causa de dismenorreia secundária.
1. Cólica Menstrual
Durante o período antes da menstruação e os dias do período menstrual em si é comum surgirem dores de cabeça, fadiga, aumento da vontade de urinar, enjoo, diarreia, dores lombares e a famosa cólica menstrual.
E é justamente a cólica menstrual a primeira causa pensada pela mulher quando vai justificar as causas das dores intensas nesse período.
A dismenorreia primária é a cólica menstrual que não tem relação com outras causas, e geralmente a dor ocorre no início da menstruação ou antes do primeiro dia do ciclo, além de melhorar entre 1 a 3 dias do início dos sintomas, e pode vir junto com dor de cabeça, vômitos e dor lombar.
De fato, neste período as alterações hormonais, físicas e inflamatórias acarretam em dores na região pélvica feminina. Muitas vezes, a dor vai ser tão forte, que faz com que a procura ao pronto socorro seja necessária para uso de medicações injetáveis, pois nem os comprimidos contra dor tomados em casa são suficientes.
Porém, quando essa dor é prolongada e chega a afetar o dia a dia da mulher, é sinal de que pode ser mais do que uma cólica menstrual rotineira. Endometriose e corrimento podem ser as causas dessas dores.
Por isso é importante buscar ajuda profissional para averiguar as causas e encontrar a solução correta para seu caso. A avaliação ginecológica em busca das causas vai incluir uma anamnese, que é a conversa onde a médica investiga fatores de risco, sintomas, e demais informações necessárias.
Além disso, o exame físico será essencial, com exame do abdome e exame ginecológico, e outros exames, chamados de complementares, como exames de sangue e ultrassonografia, podem ser necessários.
A Dra. Paula Lima tem experiência no atendimento de dismenorreia, e – ouvindo, acolhendo e buscando junto com você as respostas necessárias – poderá encontrar a solução para o seu caso.
2. Endometriose
Descartada a possibilidade de ser cólica menstrual da dismenorreia primária, é preciso levar em conta a chance de que seja endometriose.
O endométrio é o revestimento que o organismo prepara no interior do útero para receber um possível óvulo fecundado, que será fixado nessa estrutura.
Quando essa fixação do óvulo não ocorre, a parte do endométrio que proliferou se desfaz, em um processo de descamação, e junto com o sangue dos pequenos vasos que estavam nutrindo esse tecido, sai através do canal vaginal, originando a menstruação. Esse processo geralmente vem acompanhado da cólica menstrual.
Ainda não se sabe porque isso acontece, mas a endometriose é a doença em que esse tecido proliferativo do endométrio não aparece somente dentro da cavidade do útero, mas em outros lugares do corpo feminino.
Uma das teorias é que os restos do endométrio acabam saindo por outras partes, como por exemplo se dirigindo para as trompas e, posteriormente, para a cavidade pélvica, se instalando lá e provocando dores intensas e incapacitantes. Mas, essa teoria, por exemplo, não explica porque já foram encontrados tecido de endometriose até no fígado e no cérebro (o que é muito raro).
De qualquer forma, o tecido endometrial ser estimulado, proliferar e depois descamar fora do lugar certo – com por exemplo, em cima dos ovários, por trás do útero e em cima do intestino, e em cima da bexiga – vai provocar lesões que em geral provocam dores intensas, associadas ao período menstrual.
Deste modo, as dores sentidas pela mulher podem ser extremas, inclusive durante as relações sexuais.
A endometriose pode desencadear, além da dor extrema, outros problemas graves, como perfuração de órgãos, principalmente a parede do intestino e a parede da bexiga, e até ao quadro de infertilidade.
Por isso, além de ser importante buscar tratamento para reduzir as dores e ter mais qualidade de vida, a endometriose deve ser combatida também pelas sequelas que deixa na fertilidade feminina e que compromete os planos de quem deseja engravidar.
A busca por ajuda profissional, de uma ginecologista obstetra, é fundamental para combater o problema e garantir a saúde sexual e também reprodutiva da mulher.
A Dra. Paula Lima tem experiência na área e pode ajudar você no combate à endometriose.
3. Corrimento
Uma outra condição que pode causar cólica menstrual intensa, anormal, são as infecções. Infecção no colo do útero (a cervicite) e a infecção dentro do útero (a doença inflamatória pélvica) podem piorar a cólica menstrual, além de aumento do fluxo menstrual e dor nas relações sexuais.
Além de tudo isso, um dos sintomas que ajudam na identificação dessa condição é a ocorrência de corrimento vaginal. Porém, até mesmo os corrimentos são decorrentes de diversos fatores e se apresentam de maneiras variadas, e por isso esse quadro deve ser devidamente identificado e tratado.
Veja abaixo alguns exemplos de doenças que causam corrimento:
Causada por um fungo, geralmente faz a mulher sentir muita coceira na região genital, e provoca um corrimento branco, pastoso, com odor fétido azedo. Não é uma IST e não costuma provocar aumento da cólica menstrual.
Na maioria das vezes, a Vaginose Bacteriana ocorre por causa de um desequilíbrio na harmonia entre os microrganismos que fazem parte do ambiente natural da vagina, a microbiota vaginal, antigamente chamada de flora vaginal.
Esse desequilíbrio favorece o aumento da população de bactérias que provocam a formação de substâncias que podem resultar em um corrimento branco amarelado, às vezes acinzentado, de cheiro muito forte e ruim, parecido com o cheiro de peixe estragado.
Não é considerada uma IST’s, mas, diferente da Candidíase, a Vaginose Bacteriana pode subir da vagina para o colo do útero e para dentro do útero, causando a cervicite e a doença inflamatória pélvica, que levam a um quadro de dismenorreia secundária.
São IST’s que podem provocar tanto a Cervicite quanto a Doença Inflamatória Pélvica, que são causas da cólica menstrual intensa. As características dos corrimentos nessas condições são variáveis, sendo que na Gonorreia e Clamídia, ele pode até nem ser notado.
O grande risco dessas infecções é que, além de facilitar a infecção por outras IST’s – como sífilis, HIV e HPV – elas podem provocar entupimento das trompas por causa do processo inflamatório, provocando infertilidade. Daí a importância de buscar atendimento com profissional ginecologista obstetra no caso de quem deseja ter filhos.
É preciso enfatizar, porém, que algumas infecções podem não resultar em corrimento, o que acaba mascarando a situação e levando a mulher a demorar pela procura de ajuda médica.
Por isso é importante que a mulher busque ajuda médica ao sentir a cólica menstrual intensa e fora do normal, pois uma infecção que não apresenta sintomas externos além da dor pode piorar e levar a outros problemas graves, incluindo a infertilidade.
Agende sua consulta com a Dra. Paula Lima e receba um atendimento especializado e humanizado, com escuta e acolhimento tão necessários para que você alcance os resultados desejados e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida.