Dra. Paula Lima

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Existem diversos métodos para evitar a gravidez. O anticoncepcional hormonal é um deles. (Imagem: Freepick)

História

Usar um método contraceptivo, também conhecido como anticoncepcional é uma prática humana comum a milênios, com variadas taxas de sucesso (ou não) em diversas culturas:

  •  No texto bíblico do antigo testamento um personagem chamado Onan é punido por praticar o que é considerado o mais antigo – e pouco eficaz-  método contraceptivo conhecido: o coito interrompido, que consiste em ejacular o esperma fora da vagina (o famoso “gozar” fora; 
  • No antigo Egito, algumas misturas eram introduzidas na vagina para evitar a gravidez, incluindo fezes de crocodilo misturados com leite azedo ou ainda com mel; 
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Mulheres compartilhavam métodos contraceptivos no Egito Antigo. Na imagem 2, o Kahun Gynecological Papyrus, um tratado do Egito Antigo sobre a saúde da mulher datado de 1800 a.C., que falava de alguns tipos de método anticoncepcional (Foto: GIV.ORG)
  • Hipócrates, mais de meio século antes de Cristo, relatava que a semente da cenoura selvagem seria capaz de evitar a gravidez; 
  • No século 7, na China, as mulheres eram orientadas a tomar mercúrio aquecido com óleo para evitar engravidar. 

Mas, como se pode imaginar, a pouca eficácia ou ainda o alto risco de infecção e até de morte foram bons motivos para que estas estranhas modalidades de anticoncepcional fossem abandonadas ou não recomendadas

A Dra. Paula tem vasto conhecimento sobre as opções de método anticoncepcional mais modernos e eficazes para recomendar.

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A evolução médica

As descobertas científicas de como de fato os bebês são gerados, e de como evitar – de maneiras eficazes e menos arriscadas – que isso ocorra, fazem parte das evoluções na medicina que mais impactaram nos contornos afetivos, sociais e econômicos de toda a sociedade mundial em todos os tempos. 

Escolher se quer e quando quer engravidar (e também quantas vezes ao longo da vida), deu à mulher um poder sobre si mesma nunca antes possível, abriu portas para o mercado de trabalho e o mundo acadêmico e modificou fortemente a dinâmica dos relacionamentos humanos .

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Descoberta de como evitar e as chances de escolher pela gestação revolucionaram a sociedade como um todo. (Foto: Getty Images)

Além disso ocorreu a evolução dos métodos de barreira (o preservativo externo, conhecido como camisinha masculina, e o preservativo interno, conhecido como camisinha feminina), que também fornecem proteção anticoncepcional.

Esses dispositivos são muito importantes porque permitem que as pessoas se protejam contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis, as IST’s.

Isso se tornou especialmente importante e de grande visibilidade com o advento do vírus HIV.

Mas infecções como hepatite B, hepatite C, Sífilis, Clamídia e Gonorreia também podem ser evitadas com o uso destes métodos, fazendo com que eles sejam indicados independente do desejo por um método anticoncepcional, já que evitam também a transmissão de doenças. 

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Usada há milênios, a camisinha evoluiu de tripas animais secas para a atual de látex. (Foto: GIV.ORG)

Porém, mesmo sendo muito importantes para prevenir a transmissão das IST’s, os preservativos não são tão eficazes como método anticoncepcional. 

Por isso foram sendo desenvolvidos outros métodos, sobretudo os que envolvem o controle da concepção já no organismo feminino.

A pílula feita de hormônios, que para muita gente é até sinônimo de anticoncepcional, é atualmente o método mais usado no Brasil, por mais de 40% das mulheres.

Mas, que outras opções existem? Posso usar qualquer uma delas? Como escolher? Escolher qual método utilizar requer bastante cuidado e respeito às especificidades de cada mulher.

Para ajudar a compreender melhor a importância dessa decisão, vamos falar sobre as 5 coisas que você precisa saber antes de escolher o anticoncepcional.

A Dra. Paula Lima conhece e entende a importância de um atendimento completo e humanizado para que a melhor decisão seja tomada e traga os benefícios que a você procura.

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As 5 coisas que você precisa saber antes de escolher o anticoncepcional

  1. As opções que existem e sua eficiência em evitar a gravidez
  2. As características do seu ciclo menstrual 
  3. Quando não se pode ou não se deve usar cada tipo
  4. Os possíveis efeitos colaterais 
  5. Os benefícios de cada um

Agora você vai saber sobre cada uma dessas coisas.

1. As opções que existem e sua eficiência em evitar a gravidez 

Muitas pessoas usam pílula anticoncepcional porque desconhecem outros métodos, ou o que sabem sobre cada um são informações desencontradas, insuficientes ou rodeadas de mitos. 

Então, além da pílula, temos outros métodos hormonais, como os adesivos e o anel vaginal.

Temos também os métodos cirúrgicos, os de barreira e os LARC (da sigla Internacional para Long Acting Reversible Contraceptives, ou seja, Contraceptivos Reversíveis de Longa Duração).

São eles o DIU (Dispositivo Intra Uterino) e o SIU LNG (Sistema Intra Uterino de Levonorgestrel); além do Implante Subdérmico.

Veja, a seguir, como funciona cada um deles.

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Métodos hormonais em comprimido, adesivo, anel ou injeção

Estes métodos possuem uma grande diferença de eficácia quando se compara o uso ideal que é descrito na bula e que foi feito durante os testes de pesquisas destas medicações.

E o uso real? Isso porque a eficácia depende das formas de uso que a pessoa faz, que precisam ser feitas no momento certo. Então, esquecimentos e atrasos diminuem a eficácia do método.

Fatores relacionados com a absorção do medicamento, como por exemplo, a pessoa ter vômitos ou diarreia ou usar algum medicamento que diminua a eficácia da pílula, fizeram com que os estudiosos pensassem em outras formas de utilizar os hormônios.

Assim surgiram os métodos para o processo anticoncepcional usando adesivos e o anel vaginal.

A vantagem destes métodos em relação à pílula seria reduzir o risco de pouca eficiência relacionado com a absorção pela via oral, além de amenizar sintomas desagradáveis como enjoo e reduzir o risco de problemas no fígado e nas gorduras do sangue.

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Mas, como estes métodos também dependem da pessoa lembrar a data correta ou de trocar o adesivo ou de trocar o anel, a taxa de falha, comparando-se o uso ideal e o uso real, também é importante. Então, o Índice de Pearl  desses métodos, no uso real, é menor do que 99%.

Existem ainda as injeções mensais e trimestrais que, de acordo com o Índice de Pearl, tem eficácia maior do que 99% quando aplicadas corretamente e usadas de forma ideal.

Esse método pode ser uma opção para mulheres que têm intolerância na hora de tomar o comprimido. Para estes casos, os injetáveis são opções, juntamente com o anel e com o adesivo. 

Existem 2 tipos de injetáveis: um com a combinação de 2 hormônios, e outra que é somente com um tipo de progesterona.

Métodos cirúrgicos

São métodos em que cirurgias são feitas para impedir, no corpo da mulher, que o espermatozoide chegue até o óvulo, ou impedir, no homem, que o espermatozoide seja ejaculado. 

Na laqueadura, realizada nas mulheres, as tubas uterinas, que são o canal que leva o óvulo até dentro do útero, são amarradas ou cortadas. Essas medidas impedem que o espermatozoide chegue até o óvulo. 

Na vasectomia, realizada nos homens, os canais deferentes, que é por onde os espermatozoides passam dos testículos até serem ejaculados, são acessados através de um pequeno corte na lateral do saco escrotal e são cortados e amarrados. Este é um procedimento bem mais simples que a laqueadura feminina. 

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A figura mostra o corte feito para os métodos irreversíveis feminino (laqueadura) e masculino (vasectomia). (Imagem: Freepick/edição do autor)

A vasectomia não produz nenhum efeito colateral nos homens, não muda a sua produção de hormônios, não altera o desejo sexual e nem a capacidade de ereção.

Já nas mulheres, a laqueadura tubária pode provocar uma série de sintomas. Isso acontece porque existe uma pequena artéria, que é um vaso sanguíneo que vem do útero passando por debaixo da trompa uterina em direção ao ovário e fornece um pouco de sangue ao ovário.

Se essa pequena artéria, que é praticamente invisível, for cortada junto com a trompa, esta mulher poderá, depois da laqueadura, evoluir para quadros com irregularidade menstrual, aumento do fluxo menstrual, alterações no período pré menstrual e na libido. 

É importante que as mulheres sejam informadas sobre estas possibilidades antes de realizar esse procedimento, já que ele é considerado irreversível, embora existam cirurgias para tentar reverter a laqueadura tubária.

A eficácia dessas cirurgias de reversão da laqueadura é muito baixa, menor do que 20%, por isso é um método considerado irreversível e só deve ser utilizado se as outras possibilidades não puderem ser utilizadas. 

Métodos de Barreira 
O preservativo (tanto o externo, conhecido como camisinha masculina, quanto interno, conhecido como camisinha feminina) e o diafragma (que é uma espécie de tampa de silicone colocada no colo uterino para impedir que o espermatozoide entre no útero).

São Métodos de Barreira que também têm uma eficácia de menos de 99% segundo o Índice de Pearl, porque também dependem da forma como são usados em cada vez que forem utilizados. 

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Então, por exemplo, colocar o método no momento incorreto ou da forma errada aumenta a chance da perda do efeito anticoncepcional.

Um exemplo é se a camisinha externa for utilizada sem a retirada do ar da ponta, que serve para que o esperma fique acumulado naquele local.

Se esse ar não for tirado corretamente, a ponta da camisinha pode romper e o esperma escapar, perdendo assim o efeito anticoncepcional. 

No caso do diafragma, ele deve ser retirado no tempo certo, pois se ele for retirado antes do período indicado, ainda poderão haver espermatozoides vivos que podem chegar até o óvulo e levarem a uma gestação.

O diafragma normalmente é utilizado junto com o gel espermicida, que serve para ajudar a matar os espermatozoides.

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Para quem não deseja usar métodos hormonais nem métodos em que se deva inserir algo no útero, o diafragma é uma opção.

Para que ele seja utilizado, é necessário medir o colo uterino para que seja feita a compra do tamanho adequado.

Isso porque as mulheres têm colos de tamanhos diferentes. Essa avaliação é feita durante a consulta ginecológica, através do exame ginecológico.

A Dra Paula é uma ginecologista obstetra que realiza a medição do colo e fornece todas as orientações para o uso adequado dos preservativos internos, externos e diafragmáticos. 

Métodos LARC
Os Métodos Contraceptivos de Longa Duração (ou LARC da sigla Internacional para Long Action Reversible Contraceptives) são aqueles com duração maior que 3 anos.

No Brasil, temos o DIU (Dispositivo Intrauterino) de cobre/cobre e prata, nas suas diferentes versões; os SIU LNG (Sistema Intrauterino de Levonorgestrel) e o implante subdérmico Implanon. 

O DIU de cobre é um método anticoncepcional que tem mais de 99% de eficácia, de acordo com o Índice de Pearl.

Ele é um dispositivo pequeno de plástico revestido com cobre que, quando inserido corretamente dentro do útero, modifica o ambiente interno do colo do útero e do útero em si, impedindo que os espermatozoides cheguem até o óvulo.

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Exemplo de DIU de cobre implantado no útero. (Imagem: Ed. Arte/A Gazeta)

Atualmente, 3 tipos diferentes de DIU de cobre podem ser encontrados:

  • O tradicional, de cobre, que é o mais antigo LARC utilizado na medicina, tem formato de T e durabilidade de até 10 anos;
  • O de cobre com prata, que tem como objetivo diminuir o efeito da cólica e de um sangramento mais forte que podem acontecer com o uso do de cobre;
  • E o Mini DIU, que é menor e com formatos alternativos ao formato de T, com o propósito de diminuir a chance de expulsão que pode acontecer neste método, e de ser mais adequado para úteros menores, como o de adolescentes e o de quem nunca engravidou. 
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Enquanto o DIU atua através do cobre, o SIU age com o uso de hormônio.

Ambos atuam no organismo liberando diretamente pequenas quantidades de levonorgestrel, que é um tipo de progesterona, dentro da cavidade do útero.

A liberação desse hormônio faz o endométrio – que é a camada de dentro do útero – ficar mais fina, e o muco (que é o líquido produzido no colo uterino) ficar mais grosso, dificultando o movimento dos espermatozoides e, deste modo, impedindo que eles cheguem ao óvulo. 

Temos ainda o implante subdérmico Implanon, que é um outro tipo de progesterona e que vai sendo liberado na corrente sanguínea de forma contínua, impedindo a ovulação, engrossando os mucos cervical e do colo, e modificando o revestimento do endométrio para impossibilitar que um óvulo seja fecundado e implantado dentro do útero.

Ou seja, torna o endométrio inadequado para o implante de um embrião.

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O Implanon é inserido sob a pele. (Foto: ACI Famesp/ Divulgação)
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Bom, mesmo diante de diversas opções, é importante lembrar que não existe o melhor método anticoncepcional. Existe o melhor método para você.

Vários fatores devem ser analisados por esta razão, quando decidir usar algum anticoncepcional, é importante consultar com um especialista ginecologista obstetra. Esse atendimento é realizado de maneira completa pela Dra. Paula 

Dra Paula Lima ginecologista e obstetra em Jundiaí

2. As características do seu ciclo menstrual 

Cada mulher tem suas especificidades quando se trata de ciclo menstrual, e em cada fase da vida esse ciclo sofre alterações.

Ciclo menstrual é o nome que se dá para as modificações que ocorrem no corpo da mulher com o propósito de tentar fazer com que ela engravide.

Tradicionalmente, contamos o início do ciclo menstrual pelo dia do início da menstruação, pois é a ocorrência do ciclo menstrual que nós conseguimos ver.

Quando a menstruação inicia, significa que não houve uma gravidez, então o corpo vai se preparar novamente para tentar uma gravidez.

Os óvulos serão preparados nos ovários e um deles será ovulado. E a camada interna do útero, chamada endométrio, que está se descamando na menstruação vai novamente se preparar para receber um possível bebê.

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Fases do ciclo menstrual. Imagem: (Mundo Educação)

O endométrio é, então, uma camada que todos os meses prolifera, ou seja, cresce sob a ação dos nossos hormônios, para se preparar para receber um bebê.

E se ao final desse ciclo de preparação não houver fecundação, esse endométrio que proliferou vai ser eliminado e a eliminação desse endométrio na falta da gravidez é que é chamada de menstruação.

Em resumo: todo mês o corpo cobre as paredes da casinha pro bebê (o útero) com uma camada de revestimento (o endométrio). Se não vem bebê, o corpo descasca o revestimento da parede toda e começa a preparar novamente as paredes da casinha com uma nova camada de revestimento. 🙂

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Sistema reprodutivo feminino. Na figura, o endométrio aparece na parte interna do útero. (Imagem: American Cancer Society)

Esse ciclo – pela grande mudança hormonal que acontece ao longo dele – pode provocar sintomas diversos em cada mulher. Algumas, por exemplo, vão ter cólicas menstruais intensas durante a menstruação. Outras vão sentir dor nas mamas e inchaço antes da menstruação.

Terão aquelas que perceberão mudanças muito importantes no humor antes da menstruação, a chamada Tensão Pré Menstrual (TPM) e, nas formas mais graves, a síndrome disfórica pré menstrual.

E tem aquelas que não vão sentir nenhuma alteração importante durante o período menstrual, sentindo uma cólica leve ou às vezes nem mesmo cólica, e apresentam um fluxo considerado normal.

Conhecer essas características é importante para decidir qual melhor método contraceptivo utilizar. Isto porque precisamos procurar um método que não piore os sintomas existentes. E que possa, inclusive, tratar sintomas ruins que estejam acontecendo.

Um método que se adeque às características do ciclo menstrual e que também seja o mais confortável para cada mulher. 

Esta avaliação é feita de forma aprofundada e adequada numa consulta ginecológica.

A Dra Paula fornece todas as orientações e avalia seu ciclo menstrual de forma personalizada e conversa com você, te ajudando na melhor escolha para o seu caso.

3. Quando não se pode ou não se deve usar cada tipo

Apesar da existência dessas múltiplas possibilidades de anticoncepcional, nem todos podem ser usados por todas as mulheres.

Em alguns casos o método não poderá ser usado de forma alguma e em outras situações ele até poderá ser usado, mas só em último caso, se os outros métodos mais seguros não estiverem disponíveis ou não puderem ser utilizados por algum motivo.

A seguir, veja alguns exemplos de situações em que o método é considerado proibido. 

Os métodos em que um instrumento será introduzido dentro do útero, como, por exemplo, SIU LNG e o DIU, não poderão ser usados em situações em que inserir algo no útero seja arriscado por piorar alguma situação.

Uma mulher que acabou de sofrer um aborto com uma infecção, por exemplo, não poderá usar nenhum desses métodos enquanto a infecção não for tratada.

 Se ela for portadora de uma doença causada pela gravidez, chamada doença trofoblástica gestacional – que é uma doença que inclusive pode virar um tipo de câncer na placenta –  não poderá usar o DIU enquanto essa doença estiver descontrolada ou já indicar sinais de malignidade. 

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Uma outra situação em que não podemos inserir dispositivos dentro do útero é quando a mulher está com sangramento anormal, e que ainda não se sabe a causa, uma vez que a causa pode ser uma lesão pré cancerígena ou mesmo um câncer de endométrio.

Também não é recomendado se houver um mioma que esteja na frente do lugar onde o DIU vai ser inserido, pois isso impedirá a colocação do mesmo.

E assim também como outras alterações na anatomia do útero, que também impossibilitem a colocação.

Se a mulher estiver com uma infecção no útero, inclusive por tuberculose, também não poderá ter o DIU inserido.

Pacientes com câncer do colo do útero também não podem ser submetidas à colocação do DIU ou SIU até que estejam devidamente tratadas.

Todos os métodos hormonais não podem ser usados em pacientes que estão atualmente com câncer de mama.

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Métodos contraceptivos não são indicados a quem está com câncer de mama. (Foto: Divulgação/Sociedade Brasileira de Mastologia)

Em algumas situações, alguns métodos até podem ser usados, mas não devem, ou seja, só usaremos em último caso, com acompanhamento rigoroso e se não pudermos usar outras opções.

Esse, por exemplo, é o caso do SIU LNG, do Implanon e de todos os outros métodos hormonais quando a mulher tem uma doença autoimune grave chamada Lúpus Eritematoso Sistêmico com anticorpo antifosfolípide, tromboembolismo venoso, infarto, AVC e enxaqueca com aura, pois esses métodos podem aumentar, ainda que de forma leve, o risco de trombose nessas pacientes.

Pacientes que têm Adenoma Hepatocelular (que é uma doença no fígado) e Hepatoma (nódulo no fígado) também, preferencialmente, não devem usar estes métodos hormonais, pois isso pode agravar esses problemas.

Pacientes que já tiveram câncer de mama e já estão há mais de 5 anos sem evidência da doença ativa também idealmente não devem usar métodos hormonais.

O Implanon não deve ser usado em caso de Sangramento Uterino Anormal (SUA) de causa inexplicada, ou seja, quando não se sabe ainda o que está causando o sangramento. Isso porque se o sangramento estiver relacionado com algum câncer da camada interna do útero, que é o endométrio, esse método pode prejudicar o processo.

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Contraceptivo subdérmico não é indicado em casos de SUA de causa desconhecida. (Foto: Febrasgo)

Ainda no caso do DIU e do SIU relacionados com a inserção, ideal é não utilizá-los depois de 48 horas imediatas após um parto ou aborto e antes de 40 dias após o parto, porque dentro desse período existe um maior risco de expulsão. Também não devemos usar esses métodos se a paciente tiver a doença trofoblástica gestacional controlada.

Resumindo: pacientes nessas situações que desejam usar esses métodos hormonais ou esses métodos de inserção devem ser criteriosamente avaliadas pela ginecologista e, se decidirem realmente utilizá-los, deverão ser acompanhadas de modo mais próximo.

A Dra. Paula Lima faz o acompanhamento e a indicação de métodos, optando sempre pelos mais seguros, mas dentro da escolha das possibilidades de cada paciente, e faz o acompanhamento mais próximo adequado. 

4. Os possíveis efeitos colaterais

Não existe nenhum método anticoncepcional que não possua efeitos colaterais.

Todos eles poderão causar alguns desses efeitos, mas isso não quer dizer que todas as pessoas passarão por esses transtornos, só quer dizer que elas poderão ter e que por isso é importante conhecê-los para então decidir qual utilizar.

Pois se existe algum efeito colateral que você considere inaceitável para você, obviamente não vai escolher um método que te leve a sentir aquilo que não deseja.

No caso dos LARC, em que fazemos a inserção dentro do útero – como o DIU e o SIU – existem algumas complicações que podem acontecer, como dor ao inserir; dor nas relações; sangramento vaginal irregular e expulsão espontânea do instrumento pelo corpo; infecção no útero relacionada com a má higienização na hora da colocação do método; e até perfurações no útero, pois geralmente depende também da técnica de colocação.

Pode ocorrer, ainda, gravidez anormal ou nas trompas mesmo com seu uso, que é uma ocorrência que pode acontecer com o uso de qualquer método anticoncepcional, como já vimos na tabela do Índice de Pearl.

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Contraceptivos podem causar alguns efeitos colaterais. (Imagem: iStock)

Acne, ganho de peso, humor depressivo e cefaleia podem acontecer com o uso de métodos hormonais.

Aumento do sangramento e do fluxo menstrual podem acontecer no caso do uso do DIU de cobre.

Conhecer os efeitos colaterais possíveis de cada método é importante para tomar uma decisão mais consciente e entrar no uso com a mente mais aberta para reconhecer como o seu corpo vai responder a cada um deles.

5 Os benefícios de cada um

Assim como todos os métodos contraceptivos possuem efeitos colaterais e possíveis riscos, eles também podem oferecer benefícios adicionais além da contracepção.

Os métodos de barreira preservativos (camisinhas), além da contracepção, são os únicos métodos existentes que fornecem defesa contra todas as IST’s. 

O DIU hormonal, além da contracepção, pode ser usado para o tratamento de menstruação excessiva, hiperplasia endometrial (que é quando a camada de dentro do útero está mais grossa que o normal); Adenomiose (que é um tipo de endometriose que acontece dentro do músculo do útero), e melhora ainda os sintomas de endometriose e de miomas uterinos, como cólicas e sangramentos excessivos. 

Os estudos também já mostram que o Kyleena também fornece resultados semelhantes ao DIU hormonal para controle de sangramento, além de ser melhor para jovens, adolescentes e mulheres que nunca tiveram gravidez antes, pois ele é um SIU menor do que os anteriormente citados, assim como o Mini DIU de cobre é menor do que o DIU de cobre tradicional. 

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Exemplo de DIU. (Foto: Reprodução/Thinkstock)

Os métodos hormonais, em geral, possuem o benefício de corrigir irregularidades menstruais e melhorar os sintomas de tensão pré menstrual, síndrome disfórica menstrual e cólica intensa.

Além disso, em alguns casos, acontece melhora também dos sinais de excesso de hormônio masculino no corpo, que seriam, por exemplo, excesso de oleosidade, acne na pele e nascimento de pelos na região da face, entre os seios e no abdômen.

Os métodos injetáveis, anel e adesivo têm a vantagem de não interferir no funcionamento do sistema gástrico e nem passar pelo fígado, fazendo com que eles diminuam os riscos relacionados à trombose e também a disfunções metabólicas, como o aumento das gorduras no sangue. 

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Métodos contraceptivos injetáveis trazem benefícios ao sistema gástrico. (Foto: Mixkit Photos)

O DIU de cobre tem o grande benefício de não interferir em nada no equilíbrio hormonal da mulher, sendo por isso uma excelente opção para mulheres que têm – ao utilizar métodos hormonais – muita interferência na sua libido, ou seja, no seu desejo sexual, e na sua percepção de inchaço no corpo também. É indicado, ainda, para pacientes que têm as contraindicações para uso dos hormônios, como enxaqueca, histórico de tromboses, entre outros.

Então, o DIU de cobre tem essa vantagem de ser um excelente método nessas situações.

É, dentre os métodos contraceptivos, o que tem menos contra indicações. Os de cobre são somente se a mulher tiver uma doença chamada doença de Wilson, em que ela tem um problema relacionado com o cobre.

Ou naquelas situações que comentamos acima, mas que são todas tratáveis, ou seja, que depois que ela tratar ela poderá usar o DIU de cobre, como por exemplo, um câncer do colo do útero. 

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Os métodos LARC em geral têm a grande vantagem de durarem bastante tempo, fazendo com que a mulher não precise ficar se preocupando com a contracepção diariamente ou mensalmente, como acontece com a maioria dos métodos.

Isso garante bastante comodidade e bastante tranquilidade, além de poder reduzir os níveis de ansiedade relacionados ao medo de esquecer da pílula, ou do preservativo, e de engravidar. Os LARC têm a vantagem de tornarem a vida dessa mulher mais tranquila, com mais qualidade de vida.

Como já dito anteriormente, nesse texto não existe o melhor método anticoncepcional. Existe o método anticoncepcional mais adequado para você. Vários fatores, como foi visto, serão analisados, como seu histórico pessoal e familiar de doenças, seu estilo de vida e seus hábitos. Seu corpo, suas escolhas. Principalmente as suas escolhas, para então definir a melhor opção. 

Por essa razão, quando decidir usar algum anticoncepcional – seja ele pílula, adesivo, injeção, DIU hormonal, SIU ou o Implanon- é importante consultar com uma especialista ginecologista obstetra. A Dra. Paula faz uma avaliação individualizada, acolhedora e humanizada de cada pessoa, e auxilia na melhor escolha do anticoncepcional. Agende sua consulta.

Dra Paula Lima ginecologista e obstetra em Jundiaí


 

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